Paço do Frevo apresenta exposição que resgata objetos da história do carnaval
- Ibison Souza
- 25 de jan. de 2018
- 2 min de leitura

Quando se pensa em símbolos do carnaval pernambucano, a sombrinha colorida é um dos objetos que vêm, de imediato, à mente. Mas muitos outros utensílios usados por passistas, músicos, aderecistas e outras pessoas ligadas ao frevo, também servem para contar um pouco da trajetória dessa expressão cultural centenária. Esses artefatos fazem parte do repertório, prova a exposição Frevo da cabeça aos pés, que o Paço do Frevo (Praça do Arsenal da Marinha, S/N, Bairro do Recife) inaugura nesta quinta-feira, às 19h. A entrada para a noite de abertura é gratuita.
"Buscamos outra maneira de contar a história do frevo, a partir da leitura dos objetos como portadores de uma biografia do ritmo. O legal é perceber o trânsito que existe entre o simbólico e o real. Afinal, o imaginário do frevo é composto dessa mistura do imaterial com o material", afirma o gerente geral do Paço do Frevo, Eduardo Sarmento. "É uma exposição em processo", acrescenta, ressaltando que novas peças podem ser eventualmente acrescidas à mostra.
No total, estão expostas cerca de 40 peças. Entre os que colaboraram com o acervo temporário está o olindense João Dias Vilela Filho, o Julião das Máscaras, um dos mais conhecidos fabricantes do artigo carnavalesco no estado. É de autoria dele alguns dos itens vistos logo na entrada, como uma cabeça de La Ursa. Aliás, o fato de serem máscaras os primeiros artigos apresentados no espaço é parte da lógica da exposição. "Pensamos o frevo como um corpo, em quatro partes: cabeça, mãos, troncos e pés", enumera a gerente de conteúdo do Paço do Frevo, Nicole Costa. " A escolha do material contou também com a ajuda dos passistas Otávio Bastos e Flaira Ferro e o porta-estandarte Fernando Zacaria.
Entre as peças selecionadas, é possível encontrar algumas raridades, como a primeira camisa oficial do Bloco da Saudade, de 1974. A roupa pertenceu ao compositor Edgard Moraes e traz assinaturas de todos os que participaram da fundação da agremiação carnavalesca, naquele mesmo ano. Um chapéu usado pelo músico na mesma ocasião, seu violão e a partitura original da música "Valores do passado" - que inspirou a criação do bloco lírico - também fazem parte do acervo.
A mostra ainda inclui uma área interativa, com adereços que podem ser utilizados pelos visitantes e até uma passarela para desfiles. A exposição fica em cartaz por tempo indeterminado, por um período entre três e quatro meses, segundo a organização.
Serviço: Exposição "Frevo da cabeça aos pés" Abertura nesta quinta-feira (25), às 19h. Visitas de terça a sexta-feira, das 9h às 16h30; e aos domingos, das 14h às 17h30 No Paço do Frevo (Rua da Guia, s/n, Bairro do Recife) Abertura gratuita. Nos outros dias, os ingressos custam R$ 8 e R$ 4 (meia-entrada), com gratuidade toda terça-feira Informações: (81) 3355-9500
Foto: Acervo Paço do Frevo
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